sexta-feira, 3 de julho de 2009

Portugal, passado, presente e futuro


PORTUGAL, PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Mais de oito séculos de independência e a presença em todos os cantos do mundo, são factos suficientemente fortes para se sentir o orgulho de ser português.
Os portugueses deram a conhecer novos mundos ao mundo e deixaram a nosssa cultura e a sua obra espalhadas por todo o planeta.
Devemos orgulhar-nos da nossa história e não sentir vergonha de assumir alguns erros do passado. A nossa afirmação, sem nacionalismos, passa pela defesa do que é nosso e pela assunção do que fizemos bem, do que fizemos menos bem e do que fizemos mal. Nenhuma nação faz a sua história apenas do que é bem feito. Os erros fazem parte da história e com eles se aprende a fazer melhor.
Em Abril de 1974, com a conquista da liberdade, a esperança renasceu. Após a consolidação do regime democrático, tudo indicava que a modernidade, o progresso social, económico e o desenvolvimento global, seriam uma realidade e que as grandes distorções regionais entre litoral e interior do País deixariam de ser tão acentuadas.
Nada disto aconteceu. Aqueles em que depositamos a nossa confiança politica não corresponderam positivamente. Com excepções, a classe politica tem deixado marcas de incompetência, de má gestão, de má fé na administração da coisa pública, de abuso de poder e uso poder em proveito próprio. Sem dúvida que houve e há pessoas honestas e competentes que servem no poder central e no poder local de forma desinteressada e apenas para servir os seus concidadãos.
A nossa democracia é trintona, a integração na UE já atingiu a maior idade há algum tempo e que País temos ?
Pairam nuvens negras sobre o País. A prova disso é que a Europa do pelotão da frente está mais distante. Portugal desceu de divisão, usando uma lingugam desportiva.
Muitos portugueses, mesmo muitos, estão descrentes e questionam:
Quantos milhares de milhões de euros da UE entraram no País ?
Para onde foram destinados?
Foram todos bem aplicados ?
Todos os portugueses benefíciaram desses milhões ?
Só alguns ?
Respostas não há. Mais cego é aquele que não quer ver que o que efectivamente é. Parte daqueles milhares de milhões de euros não foi aplicada onde deveria ter sido. A agricultura não existe, a indústria está decadente e antiquada, o pequeno comércio está falido, o sector das pescas está em vias de extinção, hospitais, centros de saúde, escolas, palácios da justiça, edifícios públicos, património histórico, etc, estão em ruínas, não foram conservados, actualizados ou adaptados.
Que foi feito desses milhares de milhões de euros que se destinavam aos referidos sectores ? Não se lembram dos automóveis topo de gama, Jipes, luxuosas festas, férias, das mansões e de muitas extravagâncias de então, tudo adquirido e feito com dinheiro destinado à modernização da agricultura, das pescas, da indústria e do comércio ? Não se lembram dos subsídios conseguidos com os rebanhos de ovelhas e manadas vacas, algumas com fome e com doença, que mudavam de local e serviam para vários agricultores receberem os ditos ? Não se lembram dos dinheiros que algumas autarquias esbanjaram a suportar equipas de futebol profissional, fazer habitação social de péssima qualidade, a preços que serviram para engordar as contas bancárias de alguns construtores civis e de alguns políticos da administração local, regional e central.
E as associações de tudo e de nada que serviram para os respectivos dirigentes e formadores se passearem à grande e à francesa e adquirirem bons carros e quintas, almoços e jantares ? E alguma formação profissional que só serviu para a estatística, cujos formandos nada aprenderam, nada sabem fazer, mas têm todos os cursos e todos os diplomas com excelentes aproveitamentos ? Sabem quem tirou proveito dessas formações ? Os formadores, as associações, as fundações e outras organizações, que vivem dos compadrios. Felizmente não foi a generalidade. Há entidades e gente séria no meio deste banquetório.
Pois é, agora é tarde. Alguns agora proclamam transparência, mas já beberam daquela fonte e alguns ainda continuam.
É assim este País.
Os culpados somos todos nós. Conhecemos mas insistimos. Uns, calam - se, outros, por sentirem a vida a marcar passo, juntam - se ao inimigo público. Como a cristalização não permite intromissões, quem tenta ir por bom caminho é automaticamente afastado. Parece o tempo do Estado Novo. Quem não é por nós é contra nós.
Resta - nos umas auto estradas, uns IP’s, IC’s, pontes, deficit e dívida externa.
Como ninguém tem culpa, então os culpados somos nós, os portugueses, que confiámos nas elites politicas, que no pós - governação têm garantidos os seus lugares nas empresas públicas e nas privadas. Recompensas.
Portugal tem um passado, com altos e baixos. O presente não é nada brilhante e o futuro tem obrigatoriamente de ser decidido por nós.
Vamos assumir o orgulho português. Vamos decidir este País. Vamos ser rigorosos e exigentes. Vamos exigir aos políticos, quaisquer que sejam, que governem com rigor, com honestidade, com transparência, com eficácia, que não se sirvam da politica e sirvam o bem comum. Vamos banir do exercício da actividade politica os oportunistas, os incompetentes, os xicos espertos e outros que tais. Vamos dizer aos candidatos nacionais e locais que queremos trabalhar e produzir mais riqueza, mas que queremos ser bem governados de forma que deixe de existir a enorme diferença entre ricos e pobres, entre governantes e governados. Portugal tem futuro.