domingo, 4 de outubro de 2009

Estremoz Terra de (des)Encantos

Li as propostas das candidaturas à Câmara Municipal e também a algumas freguesias. Para as freguesias são as banalidades do costume, boas intenções. Não têm meios nem verbas só podem aspirar a mendigar junto do executivo municipal para solucionar pequenos problemas. Os da mesma cor politica, os lambe botas, não reclamam para não chatear o chefe e dizem sim a tudo. Alguns, de outra cor, dizem que sim ou abstêm - se nas assembleias municipais, para tentar umas migalhas, e os que defendem convicções e as suas propostas eleitorais, ficam a reclamar pr'ó boneco. É mais do mesmo.

Relativamente ao que é proposto para o concelho e que será da competência do executivo municipal - é quase tudo, as juntas não têm capacidade - reconheço que em todas as candidaturas há ideias exequíveis, embora não muito relevantes para o desenvolvimento do concelho e muito menos para o tornar atractivo e apetecível.

Desenganem -se os que pensam que o concelho de Estremoz se desenvolve com a instalação de grandes empresas ou indústrias. Os grandes centros tecnológicos e de saber, os aeroportos e mar, serão sempre mais atractivos e competitivos. E tirem o cavalinho da chuva os querem convencer - nos que só é possível fazer alguma coisa em Estremoz se o executivo for da mesma côr política do poder central. Não somos atrasados mentais.

Estremoz tem tudo para se desenvolver, crescer e fixar pessoas. Tem localização e integração numa sub região com grande especificidade. Tem centros históricos únicos. Tem paisagem alentejana de serra e planície, também única. Tem gastronomia de qualidade. Tem produtos regionais de excepcional qualidade. Tem uma rede antiga de caminhos de ferro (desactivada é certo) que liga a centros históricos como Évora, Borba, Vila Viçosa, Sousel, Fronteira e Cabeço de Vide.

Nada disto desportou a mente das candidaturas, apenas a retórica do costume que faz parte de todos os discursos. Inovação, ZERO.

Então para que serve a Zona dos Mármores ? E a região de Turismo ? E as associações empresariais e os diversos sectores de actividade ?

Estremoz deve tomar a iniciativa, sem exitações, fazer o levantamento, o estudo de viabilidade, o planeamento e partir para as parcerias. A partir daí deve planear todo o concelho, a nível dos centros urbanos e do meio rural. Não se pode projectar sem primeiro planear, saber o que se pretende e deve fazer. Medidas avulsas não levam a nada e muito menos copiar o que outros municípios já fizeram. Os tempos são sempre diferentes e as realidades distintas. Pensar, planear e projectar.

Estremoz será terra de encantos, quando os que se propõem governá - la pensarem mais à frente que os outros e não se limitarem a propor banalidades. Inovar aproveitando o que existe é necessário e urgente.

Sei que vão comentar: "este gajo tem tantas ideias e não dá a cara". Têm razão. As lideranças partidárias, em grande parte, defendem primeiro os interesses dos lóbis instalados, a ganância do poder sem olhar a meios, os interesses partidários locais e muito pouco os interesses do concelho. Tudo o que vai além do pensamento dos lideres é pura utopia. Sou militante partidário.

É triste e até dá dó. Assim marcamos passo.Eis o meu desencanto.

1 comentário:

AJPM de ETZ disse...

Subscrevo integralmente este "Estremoz Terra de (des)Encantos" onde o "tremoceiro" exprime, estou certo, o sentir da maioria dos Estremocences (naturais ou residentes em Estremoz).
Vamos mesmo pensar em dar a cara e, mais dia menos dia, acabar com os actuais profissionais da política que têm estado a conduzir para a degradação o Concelho e a Cidade de Estremoz.
Há gente válida em Estremoz, podem disso estar certos.
AJPM de ETZ